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Preservação de Áudio 2: Formatos de Áudio

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Na parte 2 dessa série de artigos, vamos conhecer os formatos de áudio mais utilizados ao longo da história, suas principais características e os processos que levam à sua deterioração.

É um material precioso, muito bem embasado. Não há nada parecido, com esse nível de detalhe, disponível em português.

Leia aqui a parte 1.

► Esta série de artigos é baseada no ARSC Guide to Audio Preservation, que está disponível (em inglês) para download em PDF aqui.

SUMÁRIO

2.1 Formatos de cilindro

2.2 Formatos de disco analógico

2.3 Formatos magnéticos

2.4 Formatos de discos ópticos

2.5 Formatos de arquivo de áudio digital 

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Preservação de Áudio – parte 2: Formatos de Áudio

Os formatos de arquivo digital, que existem sem depender de mídias físicas específicas, têm muitas questões em comum com as mídias analógicas, como a necessidade de manter a integridade do áudio que eles representam e a compatibilidade com os sistemas de reprodução (softwares, no caso do áudio digital), que mudam com o tempo.

Entretanto, os formatos de arquivo digital também apresentam novos desafios de preservação, como a necessidade de armazenamento confiável e de poderem ser encontrados e recuperados dentro de um complexo ecossistema de informação em rede. Tanto as mídias físicas como as digitais necessitam de planejamento de preservação para que sejam preservadas no futuro.

Podemos destacar quatro motivos para a importância de, em um planejamento de preservação, se conhecer a história dos formatos sonoros e do desenvolvimento tecnológico das formas de gravação.

  • Todos as gravações sonoras são mediadas por um equipamento de reprodução, portanto os suportes de gravação sonora devem ser decodificados por um equipamento ou por um codec apropriado para serem escutados.
  • Preservação requer conhecimentos sobre a composição material do registro sonoro, que tipos de deterioração podem ocorrer, e de que forma os danos podem ser reduzidos ou reparados.
  • Novas percepções sobre a história de um conteúdo de uma gravação podem ser adquiridas através de conhecimentos sobre a história do seu formato de gravação. Em alguns casos, a identificação precisa de um formato pode fornecer ao menos datas aproximadas de materiais que não apresentam registro de data.
  • Conhecer os integrantes dos principais grupos de formatos é necessário para o planejamento e a execução adequados das atividades de preservação.

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2.1 Formatos de cilindro

Em resumo…

  • Existem três tipos principais de materiais: cera marrom, cera moldada e celulóide.
  • Fonógrafos antigos podem ser utilizados apenas com o tipo de cilindro para o qual foram fabricados originalmente.
  • Cilindros de cera são muito frágeis e suscetíveis a mofo. Devem ser armazenados em ambiente frio e seco.
  • Cilindros raros ou importantes não devem ser reproduzidos em equipamentos de época.
  • Cilindros têm sulcos de corte vertical.
Sulcos de corte vertical

Registros em cilindro foram as primeiras gravações sonoras disponíveis comercialmente viáveis. Começando pelo cilindro de estanho de Thomas A. Edison, em 1877, o desenvolvimento dos cilindros variou bastante em termos de materiais, composições, velocidades de reprodução e equipamentos de reprodução.

Os primeiros cilindros eram mais conhecidos como cilindros de “cera” (embora fossem feitos de sais de metal). A agulha transcrevia a onda sonora na cera por meio de variações na profundidade do sulco. O tempo de gravação disponível em um cilindro é determinado pela combinação da largura, diâmetro, velocidade de rotação e densidade de gravação do suporte.

Em 1902, Edison desenvolveu um processo de moldagem de cilindros que possibilitou aumentar a produção sem sacrificar a qualidade sonora; ele denominou essas gravações de “Gold Molded” (moldadas a ouro). Os cilindros moldados foram originalmente feitos de uma material similar àquele utilizado nos cilindros de cera marrom, mas, mais tarde, celulóide e gesso foram utilizados.

As gravações em cilindros foram produzidas em uma variedade de velocidades, entre 120 e 160 rotações por minuto (rpm), dependendo de quando foram gravados, qual empresa os gravou, ou qual máquina foi utilizada para gravar um cilindro em ambiente doméstico.

 

2.2 Formatos de disco analógico

Em resumo…

  • A maioria possui sulcos de corte lateral.
  • A maioria é de cópias prensadas/moldadas.
  • Discos gravados antes de meados dos anos 1920 variaram de velocidade de forma significativa; a velocidade aproximada era de 78 rpm.
  • Discos de 78 rpm são de sulcos “grossos” ou “padrão”. A largura do sulco é aproximadamente três vezes maior do que a dos LPs.
  • Discos de longa duração (LPs) e discos de 45 rpm são de microssulco.
  • A goma-laca é rígida e não-maleável. A superfície de reprodução é opaca ou fosca.
  • Discos de vinil arqueiam ligeiramente quando segurados pelas bordas externas. A superfície de gravação é brilhante ou reflexiva.
  • Os discos de laca eram vendidos sem conteúdo (“virgens”). As características de gravação podem variar de acordo com o equipamento de corte utilizado na sua produção, que não era padronizada.
  • Os discos de laca geralmente possuem conteúdo único.
Sulcos de corte lateral

Um material composto consistindo de goma-laca (formado por uma resina secretada por um inseto, além de outras substâncias) se tornou o mais predominante para discos analógicos produzidos em massa ou prensados durante a era acústica (entre os anos 1890 e 1925).

Os componentes variaram enormemente de acordo com o fabricante e muitas vezes em função do lote. As empresas tentavam otimizar tanto a qualidade do som quanto a economia de produção, o que levou a uma constante experimentação.

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A velocidade de 78 rpm estava bem estabelecida entre os consumidores, e o disco de goma-laca permaneceu sendo o formato dominante no mercado consumidor até depois de 1950.

Os discos grandes, de 16 polegadas, eram gravados para utilização em um sistema pioneiro dos filmes sonoros, o Vitaphone. Esse formato foi adotado mais tarde e utilizado em gravações de emissoras de rádio. Os discos instantâneos — aqueles fabricados para serem reproduzidos imediatamente após sua gravação, sem qualquer processamento adicional — também substituíram as matrizes de cera nos estúdios, por volta do final dos anos 1940.

A Columbia adotou a velocidade utilizada pelo sistema Vitaphone, 331/3 rpm, e desenvolveu, em 1948, um modelo de sulco mais estreito para os seus LPs de 12 polegadas de diâmetro. Discos de microssulco têm uma densidade de sulco de 300-400 sulcos por polegada, ao contrário dos discos de sulcos grossos, que têm uma densidade de aproximadamente 100 sulcos por polegada, podendo acomodar aproximadamente 22 minutos de gravação em cada lado.

A RCA Victor lançou seu formato concorrente, o disco de 7 polegadas de 45 rpm, em 1949. A RCA Victor e a Columbia competiram para estabelecer seus próprios produtos como um novo padrão voltado para substituir os discos de 78 rpm, mas, em 1951, a competição terminou em empate, com as duas empresas produzindo o formato da concorrente. Toca-discos foram produzidos para que pudessem reproduzir as duas velocidades, e adaptadores foram feitos para acomodar os diferentes diâmetros do orifício central dos discos.


 

Discos de goma-laca de 78 rpm

Disco de goma-laca, 10 polegadas

Composição material:
Composto de goma-laca e aditivos, como argamassa reciclada e serragem. É difícil determinar sua composição exata.

Principal período de produção:
1890-1950

Caraterísticas:
Produzidos em massa através de processo de estampagem
Sulcos de corte lateral (principalmente)
Gravados sem amplificação elétrica até 1925

Observações sobre a reprodução:
Gravações em goma-laca eram reproduzidas através de uma agulha fina de metal ou uma agulha de fibra (como o bambu) que era concebida para uma única reprodução; o uso repetitivo reduzia a qualidade sonora e aumentava o risco de desgaste dos sulcos. Equipamentos antigos podem ser úteis para fazer análises e proporcionam uma amostra da experiência das gravações de época, mas não devem ser utilizados em discos de acervos arquivístivos. Equipamentos modernos concebidos para trabalhos de preservação e uma ampla variedade de agulhas estão disponíveis para técnicos de preservação de registros sonoros.

Deterioração
Os discos de goma-laca são um formato robusto e relativamente estável. Entretanto, em função das variações em sua composição, é difícil saber ao certo como os discos de goma-laca, enquanto um formato, irão se comportar ao longo do tempo. Os discos de goma-laca ficam mais quebradiços com o tempo, especificamente se armazenados sem controles adequados de temperatura e umidade. O material orgânico feito de celulose presente na maioria dos discos é suscetível ao surgimento de fungos, especialmente se o ambiente estiver úmido ou se os discos forem expostos à água sem serem imediatamente secados. A exposição à água também pode causar uma rede de rachaduras na superfície de gravação, uma condição conhecida como “crazing“.

Discos de vinil

Disco de vinil, 45 rpm, 7 polegadas

Dimensões:
7, 10, 12 e 16 polegadas de diâmetro.

Composição material:
Policloreto de vinila (polímero termoplástico). Alguns fabricantes produziram compactos de 45 rpm compostos de poliestireno (polímero termoplástico).

Principal período de produção:
1948-presente

Caraterísticas:
Discos comerciais de 45 rpm e 331/3 rpm:

  • Corte lateral
  • Primeiros discos: mono; a maioria após 1965: estéreo.
  • Microssulcos

Discos para transcrições radiofônicas:

  • Geralmente 16 polegadas de diâmetro
  • Corte vertical ou lateral, tocam a partir do centro ou a partir das bordas, sulcos grossos ou microssulco

Observações sobre a reprodução:
Muitos equipamentos foram produzidos para que pudessem reproduzir diversas velocidades, de 16 rpm até 78 rpm. As velocidades mais comuns eram 331/3 rpm e 45 rpm, e ainda são produzidas tanto para preservação quanto para o uso casual. Existe uma variedade de agulhas e cápsulas elétricas para acomodar as diferentes larguras de sulcos entre os discos de 78 rpm de “sulco grosso” e os de “microssulco”, assim como agulhas especiais baseadas na geometria dos sulcos.

Deterioração:
Os discos de vinil são o formato de registro sonoro mais estável desenvolvido até o momento, podendo durar 100 anos em um ambiente controlado. Entretanto, calor e radiação ultravioleta deterioram o polímero. O vinil amolece quando exposto a calor excessivo, deformando os sulcos. Policloreto de vinila (PVC) libera cloreto de hidrogênio à medida que se termodegrada. Estabilizantes adicionados à composição durante a fabricação detêm esse processo, mas calor excessivo, radiação UV e umidade aceleram a degradação e desgastam os estabilizantes disponíveis. Poeira e sujidades, como o óleo presente nos dedos, podem gerar distorções e ruídos superficiais durante a reprodução. Podem levar também ao surgimento de fungos e danificar a superfície de gravação. A água combinada com a liberação de cloreto de hidrogênio pode levar à formação de ácido clorídrico em condições de calor muito elevado. Calor e pressão atmosférica também podem empenar os discos, podendo afetar negativamente a sua reprodução. Os discos de vinil são relativamente macios se comparados aos discos de goma-laca, e são suscetíveis a danos mecânicos, como arranhões. Consequentemente, eles necessitam de uma força descendente do braço do toca-discos muito menos intensa do que a dos discos de goma-laca.

Discos de poliestireno de 45 rpm são mais frágeis e propensos a rachar do que os discos de vinil. Uma vez que o poliestireno é mais macio do que o PVC, esses discos também são mais suscetíveis a danos mecânicos provocados pela agulha arranhando a superfície do disco durante a reprodução.


 

Discos de laca (também conhecidos como discos de acetato)

Os discos de laca foram o formato dominante para a produção de gravações originais, ou matrizes, até que fossem suplantados pela fita magnética no final dos anos 1940. Os discos de laca são muitas vezes chamados de discos de acetato, ou acetatos, embora o termo não informe corretamente a composição dos discos. Os discos instantâneos de laca são compostos de uma camada de laca de nitrocelulose aplicada sobre uma base de alumínio, vidro ou metal. Os discos produzidos durante a II Guerra Mundial geralmente tinham uma base de vidro, em função do racionamento de alumínio que ocorreu durante aquele período. Esses discos são extremamente frágeis. A camada fina de laca dos discos novos era virgem, sem sulcos. O material era macio o suficiente para ser inscrito com sulcos por meio de uma agulha, e resistente o suficiente para sobreviver a várias reproduções.

Os discos de laca eram utilizados para gravar programas de rádio, registros de campo e outros eventos “ao vivo”. Os discos produzidos nas emissoras de rádio e em outros ambientes profissionais geralmente tinham 16 polegadas de diâmetro. Os discos gravados para fins pessoais costumavam ter um diâmetro menor, entre 7 e 12 polegadas.

Discos de papelão, cobertos por uma camada de acetato e com “pré-sulcos”, eram utilizados para gravações “instantâneas” domésticas, ditados pessoais e “cartas sonoras” enviadas e recebidas por membros das forças armadas entre as décadas de 1940 e 1960.


Discos instantâneos às vezes podem ser identificados pela presença de 3 orifícios sob o rótulo, além do orifício para o eixo.

crédito da foto: Betsian Flickr via Compfight cc

 
Dimensões:
7, 8, 10, 12 e 16 polegadas de diâmetro
 
Composição material:
Base rígida (alumínio, vidro, aço) com uma fina camada plástica de nitrocelulose fixada a um ou a ambos os lados da base
 
Principal período de produção:
1936–1960
 
Características:
  • tocam a partir do centro ou a partir das bordas
  • sulcos de corte lateral ou vertical
  • sulcos grossos ou microssulcos
  • velocidade de 16, 33 1/3 ou 78 rpm
  • estéreo ou mono
Observações sobre a reprodução:
Todos os discos de laca estão sob risco de deterioração e são uma prioridade de preservação. Em função do seu conteúdo único e da sua fragilidade, devem ser preservados, sempre que possível, por um técnico de som experiente.
 
Deterioração:
A camada de gravação de todos os discos de laca é suscetível à perda do plastificante, o que produz a liberação dos ácidos palmítico e esteárico. A camada pode escamar, rachar e se desprender da base rígida, resultando em perda da capacidade de reprodução. A superfície macia é facilmente afetada por arranhões e quedas da agulha. Durante o período da II Guerra Mundial, o vidro substituiu o alumínio como o material utilizado na base para  os discos de laca. Discos instantâneos de vidro ficam quebradiços e podem rachar ou quebrar. Sua inerente fragilidade aumenta com o tempo, à medida que o vidro vai ficando mais quebradiço. A nitrocelulose é uma substância inflamável. Embora a combustão espontânea de um disco de laca é praticamente desconhecida, um acervo concentrado de mídias compostas de nitrocelulose pode causar um incêndio mais intenso.

 

2.3 Formatos magnéticos

  • Eletroímãs codificam a estrutura de uma onda sonora sob a forma de pulsos magnéticos em um metal.
  • É possível haver uma grande variedade de configurações de gravação.
  • Inúmeros formatos proliferaram no passado, mas muitos são raros hoje.
  • A obsolescência das máquinas de reprodução é uma grave questão de preservação para muitos formatos.
  • Fitas cassetes ainda são fabricadas e vendidas atualmente; estão cada vez mais presentes em acervos de mídias variadas.

O registro magnético do som foi apresentado como uma tecnologia viável ainda em 1898 por Valdemar Poulsen, mas foi utilizado mais amplamente nos anos 1940 após o desenvolvimento da amplificação elétrica e aprimoramentos na fidelidade sonora. A pesquisa e a produção de métodos de gravação magnética ocorreram separadamente na Alemanha e nos Estados Unidos nos anos 1930.

A fabricação de uma fita magnética envolve anexar uma camada fina de partículas ferromagnéticas em uma base flexível, como o papel, o acetato de celulose ou o poliéster. A faixa dinâmica e a fidelidade da fita evoluíram muito em comparação aos fios de arame (tecnologia que a precedeu), e a fita era muito mais fácil de cortar/editar.

A ampla faixa de partículas magnéticas em uma fita pode ser dividida em diversas linhas distintas de informação gravada, conhecidas como pistas. A reprodução precisa de uma fita magnética requer uma máquina cuja captura eletromagnética, conhecida como cabeça de reprodução, é capaz de ler a configuração de pista presente na fita.

As fitas podem estar em formato de rolo, cartucho ou cassete. Uma fita de rolo pode ser gravada em diversos padrões diferentes de velocidade, às vezes em um mesmo carretel. Os cartuchos têm um único carretel, dentro de um invólucro. Os cassetes têm dois carretéis, e a fita é enrolada de um carretel para outro durante a reprodução.

As fitas rapidamente substituíram os discos de laca na indústria fonográfica e no meio radiofônico. Embora as vendas de fitas cassetes concorreram com as vendas dos LPs no início dos anos 1980, os cassetes eram geralmente mais utilizados para gravações domésticas e registros de campo. Está ficando cada vez mais difícil manter os equipamentos necessários para a preservação de fitas magnéticas.


 
Fitas magnéticas de rolo
 
Dimensões:
Largura da fita: de 1/4 de polegada até 2 polegadas
Diâmetro do carretel: de 3 polegadas até 14 polegadas; 7 e 10 polegadas são padrões
Standard play: 38 micrômetros (1,5 mils) fita de base grossa
Long play: 25,4 micrômetros (1 mil) fita de base grossa
  • Double play: 12,7 micrômetros (0,5 mils) fita de base grossa
  • Triple play: 12,7 micrômetros (0,5 mils) ou fita de base mais fina
  • Espessura total da fita varia de acordo com a espessura das outras camadas
Composição material:
Partículas ferromagnéticas suspensas em um aglutinante fixada a um suporte
Papel foi utilizado no início como uma base
Fita de acetato de celulose utilizada durante os anos 1960
Fita com suporte de acetato substituída por suporte de poliéster
Policloreto de vinila (PVC) também foi utilizado (principalmente na Alemanha)
Agentes lubrificantes, plastificantes e aglutinantes muitas vezes não identificados
Muitos lotes produzidos entre as décadas de 1970 e 1990 continham poliéster-uretano na camada de aglutinante
 
Principal período de produção:
1945-anos 2000 (ainda utilizada em alguns nichos)
 
Características:
É possível gravar em rolos de diversos padrões de velocidade diferentes, medidos em polegadas por segundo (ips – inches per second). As três velocidades mais comuns são 15 ips, 7,5 ips e 3,75 ips, embora velocidades maiores e menores são frequentemente encontradas.
  • Opções de selecionar a velocidade de gravação e de alterar a velocidade em qualquer ponto estão disponíveis em muitos gravadores
  • Trechos podem ser gravados em diferentes velocidades na mesma fita
  • Em alguns casos, o tempo de gravação de uma fita é ampliado pela redução da velocidade de reprodução
  • Não há como determinar a configuração de pista de uma fita de rolo apenas a olho nu
Observações sobre a reprodução:
Na melhor das hipóteses, no estojo que abriga o carretel, ou às vezes no próprio carretel, tem anotações úteis deixadas por um técnico de gravação ou por um amador indicando a configuração de pista, velocidade de gravação e aplicação de redução de ruído. Na maior parte dos casos, alguns indícios presentes no estojo, combinados com palpites bem embasados e método de tentativa e erro por parte são necessários para determinar a verdadeira natureza da gravação. Identificar de ouvido a configuração de pista e o método de processamento Dolby é um pouco mais complicado. Máquinas para reprodução e muitos suprimentos para conservação e guarda das fitas magnéticas de rolo não são mais produzidos.
 
Deterioração:
Fitas com suporte de papel são geralmente estáveis e se mantêm fixas a seu material magnético. A principal deterioração ocorre com o próprio papel, e a fita pode sofrer todos os problemas comuns ao papel (dilatação e desintegração no contato com a água, surgimento de fungos em ambientes úmidos, acidificação e fragilização). Uma base de papel também pode rasgar ou partir por tensão à medida que a fita é bobinada. Esses rasgos são muitas vezes facilmente reparados com uma fita de emenda, desde que a fita esteja, de modo geral, suficientemente íntegra em sua estrutura.
 
Fitas com suporte de acetato de celulose são suscetíveis à síndrome do vinagre, na qual o suporte da fita libera ácido acético, começa a encolher e torna-se quebradiça. A camada magnética não encolhe, e a diferença de largura entre as duas camadas faz com que a fita deforme (cupping). Acetato de celulose também pode se romper, podendo ser reparado com fita de emenda sem muita perda de informação. Se a deformação do suporte for substancial, a camada magnética pode se desprender ou as partículas podem começar a se soltar. A reprodução deve ser interrompida caso os pedaços estiverem descamando ou se grandes depósitos estiverem sendo deixados na cabeça de reprodução ou ao longo do percurso da fita.
 
Fitas com suporte de poliéster são relativamente robustas e quimicamente estáveis, embora o polietileno tereftalato (PET) possa absorver água. Fitas finas (p. ex., fitas de rolo e cassete de 0,5 mil) irão se esticar ou romper e podem ser facilmente danificadas por equipamentos de reprodução com defeito, especialmente ao avançar ou retroceder uma fita. Em algumas fitas, o aglutinante absorve a água presente na atmosfera e, consequentemente, começa a se desintegrar. Isso é conhecido como hidrólise do aglutinante ou síndrome “sticky shed“.
 
  • Fitas de poliéster com aglutinantes de poliéster-uretano (PEU) aparentam ser as mais frágeis.
  • A hidrólise do aglutinante enfraquece a liga entre o suporte e a camada de gravação.
  • Quando fitas com síndrome sticky shed são reproduzidas, a camada magnética pode descascar, deixando grandes depósitos ao longo do percurso da fita.
  • Caso essa separação ocorra antes da cabeça de reprodução, o material gravado estará perdido e não poderá ser recuperado.
  • Caso ocorra depois da cabeça de gravação, será a última passada da fita.
  • Fitas com síndrome sticky shed podem ser identificadas por um ruído agudo à medida que a fita é bobinada.
  • Caso seja possível escutar esse ruído agudo, a reprodução deve ser interrompida a fim de impedir novos danos.
Cartuchos (8 pistas), Cassetes e Microcassetes
 
Cartucho de 8 pistas e cassete

Licença da foto: CC BY-NC-SA 2.0

 
Dimensões:
Cartuchos: feitos em uma variedade de tamanhos para utilização em produções radiofônicas; 8 pistas era o formato mais comum de cartucho voltado para o mercado consumidor; 5,25 x 4 x 1 polegadas, fita de 1/4 de polegada de largura
 
Cassete: 4 x 2,5 x 0,343 polegadas, fita de 1/8 de polegada de largura, 11-16 micrômetros de espessura
 
Microcassete: fita de 1/8 de polegada de largura, menos de 11 micrômetros de largura
 
Composição material:
Partículas ferromagnéticas suspensas em uma camada de aglutinante fixada a um suporte de poliéster, encapsulado em um invólucro de plástico.
 
Principal período de produção:
Cartuchos: 1963-1982
Cassetes: 1962-presente
 
Características:
Cartuchos: cartuchos de 4 pistas geralmente têm dois programas, cada um gravado em 2 pistas; cartuchos de 8 pistas têm quatro programas, cada um gravado em 2 pistas. O tempo de gravação é aproximadamente o mesmo dos LPs de 12 polegadas.
 
Cassetes: fitas estéreo são gravadas em 4 pistas, alternando as direções. Pistas 1 e 2 correspondem ao lado A. Quando reproduzido ou avançado até o final, um cassete é então retirado e invertido na horizontal; a fita volta para o carretel original, reproduzindo as pistas 3 e 4, que corresponde ao lado B. Cassetes mono contêm 2 pistas, que são reproduzidas em sentidos diferentes.
 
Observações sobre a reprodução:
Equipamentos de reprodução de cartuchos contêm um único captador de reprodução de 2 pistas, que se move para cima e para baixo a fim de selecionar os pares de pista desejados. Rebobinar não era possível porque a volta da fita era enrolada em si mesma. Tanto nos sistemas automotivos quanto nos domésticos, as cabeças de reprodução poderiam ficar desalinhadas facilmente, causando distorção ou crosstalk entre os canais. Uma reprodução adequada depende de um equipamento de reprodução em excelentes condições de funcionamento, o que pode ser difícil de encontrar.
 
Deterioração:
A perda inevitável de lubrificação da fita nos cartuchos pode fazer com que a fita se enrole incorretamente ou fique agarrada quando for desenrolada durante a reprodução. Em alguns cartuchos, o pinch roller era feito de borracha má vulcanizada, o que pode fazer com que o cilindro fique amassado ou deformado, particularmente se exposto a calor excessivo. Esses dois fatores contribuem para o risco da fita se emaranhar e para defeitos catastróficos.
 
O design portátil dos cartuchos e das fitas cassete incentiva o seu uso em todos os ambientes, e isso os torna especialmente suscetíveis à hidrólise do aglutinante. Muitos cassetes também passaram uma quantidade de tempo considerável guardados em carros, repetidamente expostos a temperatura e umidade extremas, assim como à sujeira e resíduos. Fitas de longa duração são feitas de um poliéster bem fino e estão sob elevado risco de deterioração, principalmente quando armazenadas em ambientes quentes e úmidos.
 

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Canais e durações de discos e fitas

É difícil diferenciar visualmente a velocidade de reprodução, o número de canais e a quantidade de programas na maior parte das fitas. Caso um fita de rolo esteja acondicionada na sua embalagem original, esta irá identificar a duração total da fita. Anotações manuscritas feitas na embalagem podem indicar a velocidade na qual a fita foi gravada, a configuração de pista — mono ou estéreo — e se a fita foi gravada em uma ou duas direções.

Quase todas as fitas encontradas em bibliotecas, arquivos e coleções particulares têm 1/4 de polegada de largura. Fitas mais largas podem ser encontradas em estúdios profissionais de gravação. As três configurações de pista (ou canal) mais comuns em fitas de rolo são pista única mono, meia pista mono e um quarto de pista estéreo. Uma gravação em pista única é feita para ser reproduzida em uma só direção. Muitos gravadores de rolo domésticos têm cabeças que foram concebidas para gravar e reproduzir dois canais (estéreo). Cada uma das duas cabeças lê apenas um quarto da largura da fita. Fitas de meia pista ou de um quarto de pista devem ser invertidas para que possam tocar na direção oposta.

Como um rolo que pode tocar por 45 minutos se parece exatamente com um rolo que toca por apenas 15 minutos, mesmo quando reproduzido a uma mesma velocidade? A resposta está na diferença de espessura da fita. O material da fita utilizado em um cassete de 90 minutos pode ter um terço da espessura do material de um cassete de 30 minutos. É importante levar isso em consideração ao se determinar prioridades para processos de reformatação. Quanto mais fino for o material da fita, mas facilmente ela irá se esticar, podendo emaranhar-se no mecanismo do aparelho de reprodução.

Embora o exame a olho nu não possa determinar a configuração de pista, ou de canal, existem visualizadores magnéticos que exibem o número de pistas gravadas em uma fita de rolo.

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2.4 Formatos de discos ópticos

Em resumo…

  • O primeiro formato de áudio digital bem-sucedido comercialmente foi o disco óptico (CD).
  • Os CDs prensados se diferem dos CDs graváveis em termos de composição e durabilidade.
  • CD-R e CD-RW (regraváveis) têm composições físicas diferentes e utilizam diferentes mecanismos de gravação.
  • Danos físicos ou químicos em qualquer um dos lados do disco podem danificar a camada de reprodução.
  • A expectativa de vida dos discos graváveis é estimada em uma média de cinco anos.

Os CDs de áudio foram o primeiro formato bem-sucedido de áudio digital voltado para o mercado consumidor. A Sony e a Philips criaram o padrão Compact Disc Digital Audio (CD-DA), também conhecido como padrão Red Book. Os CDs codificados de acordo com o padrão Red Book podem armazenar até 79,8 minutos de áudio. A informação de áudio digital é expressa em códigos binários (1/0) e codificada através de reentrâncias microscópicas (cavidades) ou pela falta destas (planos) na camada superior de policarbonato de um CD. Um feixe óptico a laser lê a diferença em termos de refletividade entre as cavidades e os planos; o sistema de reprodução, então, reproduz o áudio digital codificado.

Os CDs também podem ser utilizados para armazenar dados de qualquer tipo de arquivo digital, independente do padrão CD-DA.


 
CD prensado
 
Dimensões:
4,7 polegadas de diâmetro x 0,047 polegada de espessura
 
Composição material:
Camada protetora de laca, camada de dados de metal, camada plástica de policarbonato
 
Principal período de produção:
1982-presente
 
Características:
CD-DA pode codificar o método por modulação por código de pulso linear (LPCM) em uma profundidade de bits de 16 bits e uma taxa de amostragem de 44,1 kHz.
 
Observações sobre a reprodução:
CDs pré-gravados são atualmente o formato físico de áudio mais popular, embora o consumo de áudio aparentemente esteja se afastando dos formatos físicos. Equipamentos para a reprodução de CDs podem se tornar difíceis de se obter no futuro, mas essa não é uma preocupação atual.
 
Deterioração:
As duas camadas de policarbonato são suscetíveis à deterioração. Arranhões e abrasões na camada inferior podem causar erros de leitura e, caso forem muito acentuados, podem impedir a reprodução adequada. A camada superior, onde a informação é de fato armazenada, pode ser danificada por tintas ácidas de canetas ou marcadores utilizados para identificar um CD, ou por corantes e adesivos utilizados para decorar e identificar o disco.
 
Testes de aceleramento conduzidos pela Library of Congress indicaram que a camada reflexiva de metal pode se desprender do plástico policarbonato quando um disco é repetidamente deslocado do calor para o frio e vice-versa.
 
OBS 1: CDs prensados comerciais são identificados pelo rótulo impresso e pela aparência prata reluzente do lado contrário do disco.
 
OBS 2: Acreditava-se que CDs arranhados seriam imunes a danos causados pela reprodução, mas eles podem ficar comprometidos ao ponto de inviabilizar sua reprodução. As funções de inserir e ejetar automaticamente um disco presentes em CD-players de carros são causas comuns de arranhões.
 
CD-R (CD+R)
 
Os CD-R são geralmente identificados pela tonalidade verde-azulada das suas faces reflexivas e pelas indicações, através das alterações na tonalidade, do quanto da capacidade do formato foi utilizada
 
Dimensões:
4,7 polegadas de diâmetro x 0,047 polegada de espessura
 
Composição material:
Camada protetora de laca, camada orgânica de corante, camada reflexiva de ouro, prata ou metal, camada plástica de policarbonato
 
Principal período de produção:
1988-presente
 
Características:
Os dados são gravados na camada de corante por um laser de intensidade muito maior do o laser que é utilizado para a reprodução.
 
O corante é queimado pelo laser a fim de codificar a informação digital, por meio das diferenças de refletividade das áreas queimadas e não-queimadas.
 
É possível autorar discos como CD-DA ou como discos de dados contendo qualquer quantidade de formatos de arquivo digitais.
 
Observações sobre a reprodução:
CD-Rs são gravados uma única vez; uma vez que a informação é registrada na camada de corante, não pode ser mais editada ou apagada. Existem padrões para discos CD-R a fim de facilitar a troca de discos entre gravadores e leitores. No entanto, não há padrões contemplando os próprios gravadores e leitores, e os padrões dos discos não levam em consideração fatores de preservação ou longevidade.
 
Diversas velocidades de gravação e leitura diferentes foram desenvolvidas, e discos ou gravadores antigos não são compatíveis com velocidades mais altas, desenvolvidas posteriormente. Consequentemente, há uma variabilidade considerável no fato de um determinado disco poder ser lido por qualquer leitor.
 
Nem todas os drives de CD dedicados ao padrão CD-DA são capazes de ler CDs de dados, embora alguns equipamentos de reprodução possam dar conta de diretórios hierárquicos de arquivos MPEG-3, por exemplo.
 
Deterioração:
A camada de corante é sensível à radiação ultravioleta, e exposição à luz solar por vários dias pode torná-los ilegíveis. À medida que os drives de discos se tornam mais raros, pode ficar mais difícil encontrar drives adequados para a leitura de CD-Rs, assim como adquirir software adequado para ler os formatos de dados que podem estar codificados em um disco.
 
CD-RW
 
O formato CD-RW está geralmente auto-identificado na própria face do rótulo. A face reflexiva de um disco CD-RW tem geralmente uma tonalidade mais clara do que a do CD-R.
 
Dimensões:
4,7 polegadas de diâmetro x 0,047 polegada de espessura
 
Composição material:
Camada protetora de laca, camada de gravação de liga metálica (germânio, antimônio, telúrio), camada reflexiva de alumínio, camada plástica de policarbonato
 
Principal período de produção:
1991-presente
 
Características:
Dois lasers de intensidades diferentes são utilizados: um aquece um ponto da camada de liga metálica até o seu ponto de fusão; o outro aquece um ponto até o seu ponto de cristalização. O padrão de pontos fundidos ou amorfos e pontos cristalizados no interior da faixa variam em refletividade e em dígitos binários codificados.
 
Observações sobre a reprodução:
Discos regraváveis podem ser gravados e regravados um número limitado de vezes.
 
Deterioração:
Tanto a camada de dados de liga metálica quanto a camada reflexiva de alumínio podem ser danificadas quando expostas a oxigênio, através da sua delaminação.
 
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Camadas e Deterioração
 
Os formatos físicos que são compostos de camadas de diferentes materiais são particularmente suscetíveis à deterioração. Dentre esses formatos estão os discos de laca, as fitas magnéticas e os CDs.
 
No caso dos discos de laca, a reação do material rígido que compõe a base (metal ou vidro) a condições ambientais é diferente da reação da frágil e flexível camada plástica de celulose. A camada de celulose pode encolher à medida que perde seus lubrificantes, enquanto que a base permanece com o mesmo tamanho. Consequentemente, a superfície de gravação pode quebrar ou rachar.
 
Do mesmo modo, a camada de aglutinante de uma fita magnética, que contém a informação magnética, pode encolher ou deformar em um grau diferente tanto de uma fita com base de acetato quanto de uma fita com base de poliéster. Isso pode fazer com que a fita fique ondulada, algo conhecido como “cupping“, e no caso de hidrólise do aglutinante — síndrome “sticky shed” — a camada do aglutinante pode se desprender da base da fita.
 
No caso dos CDs, os riscos são diferentes mas o efeito é mesmo. As camadas de laca e de policarbonato são firmadas em torno da camada reflexiva de metal e da camada de corante. Se o plástico e a laca se separarem, o oxigênio desprendido pode danificar a camada reflexiva, o que impede o laser de fazer a leitura da informação.
 
 

2.5 Formatos de arquivo de áudio digital

Em resumo…

  • Formatos de arquivo digital independem de qualquer suporte físico específico e provavelmente nunca terão um suporte físico dedicado.
  • Os arquivos de áudio digital são, em sua maior parte, representações codificadas de uma onda sonora analógica.
  • Codecs são necessários para decodificar os dados em um arquivo.
  • Várias estratégias de compressão foram desenvolvidas para reduzir o tamanho dos arquivos.

O áudio digital foi inicialmente incorporado pela indústria profissional de gravação sonora por volta de 1976, substituindo definitivamente a demorada edição em fita, assim como a edição em fita havia substituído a demorada geração de matrizes de disco antes disso, da mesma forma que a geração de matrizes substituiu a gravação instantânea. A gravação digital foi vista como uma forma de se obter um controle ainda melhor sobre a reprodução sonora. Outra grande vantagem foi a capacidade de gerar cópias exatas e evitar os artefatos sonoros introduzidos a cada geração de cópias analógicas.

A gravação e a edição digitais já substituíram completamente os seus antepassados analógicos, ainda que formatos analógicos voltados para o mercado consumidor, como os LPs de vinil, estejam ganhando um público crescente. Mas os novos riscos e benefícios associados aos formatos digitais exigem uma abordagem muito diferente daquelas que foram aplicadas aos formatos analógicos e aos formatos físicos como um todo.

Em um arquivo digital, a onda sonora analógica é analisada a cada poucos microssegundos, e um valor é registrado nesse momento. Juntos, esses pontos específicos representam a onda sonora contínua original. O tamanho do valor que pode ser registrado e o número de amostras obtidas determinam a precisão da representação. Esse método de descrever digitalmente uma onda sonora é chamado de modulação por código de pulso (pulse code modulation – PCM), e é a espinha dorsal da maioria dos arquivos de áudio digital. Os arquivos codificados em CDs, um dos primeiros formatos digitais voltados para o mercado consumidor, têm um resolução de 16 bits, o que significa que cada ponto da amostragem pode ter um valor de 16 bits e uma taxa de amostragem de 44,1 kilohertz (kHz).

A fim de reduzir o tamanho dos arquivos, vários métodos de compressão foram desenvolvidos e utilizados em diferentes níveis. A compressão sem perda (lossless) emprega uma compressão matemática para reduzir o tamanho do arquivo, geralmente em uma proporção de 2:1. Uma função matemática é executada em uma representação estatística dos dados no arquivo a fim de produzir um valor menor do que o da representação original. Valores mais elevados de compressão podem ser alcançados por meio da compressão com perda (lossy), na qual o tamanho do arquivo é reduzido através da eliminação de informações presentes no som original.

 

Conclusão

Embora os registros sonoros possam ser classificados em grandes grupos, os gestores de acervos precisam estar familiarizados com os vários formatos que se enquadram nesses grupos. Conhecer os períodos históricos durante os quais foram utilizados, entender suas composições, e estar ciente das várias maneiras através das quais eles podem se deteriorar ao longo do tempo é algo necessário para o gerenciamento de um acervo sonoro.

Assim como ocorre com muitos produtos do mercado consumidor, a história das tecnologias de gravação sonora muitas vezes enfatiza a inovação e a viabilidade comercial sobre a longevidade e a interoperabilidade. Por sorte, essas forças de mercado produziram formatos físicos robustos e resistentes, como o disco de goma-laca de 78 rpm e o disco de vinil.

A gravação sonora digital está nos seus primeiros passos se comparada a esses exemplos mais antigos, e é impossível afirmar como se dará o acesso a um arquivo WAVE daqui a cem anos. Pelo menos, é alentador que padrões de formato abertos e estáveis tenham surgido e que forças de mercado aparentemente têm incentivado a interoperabilidade.