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O que ler sobre padrões e melhores práticas de preservação de áudio

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A década passada foi muito importante para a sedimentação de algumas orientações valiosas relativas à preservação de documentos sonoros. Mais especificamente duas publicações se tornaram referenciais para profissionais que lidam com registros sonoros, ambas editadas originalmente em inglês: a segunda edição do Guidelines on the Production and Preservation of Digital Audio Objects (2009), também conhecido como IASA-TC 04, publicada pela Associação Internacional de Arquivos Sonoros e Audiovisuais (IASA); e o Sound Directions: Best Practices for Audio Preservation (2007), editado pela Universidade de Indiana juntamente com a Universidade de Harvard. Essas duas publicações contêm o que chamamos de standards (padrões) ou melhores práticas de trabalho.

O guia de recomendações IASA-TC 04 é, em sua segunda edição revista e ampliada, seguramente a publicação mais consistente e completa a respeito da preservação de documentos sonoros, sendo uma espécie de padrão de facto para as instituições e profissionais da área. Trata desde detalhes dos procedimentos a serem seguidos para realizar uma digitalização de qualidade (tanto de discos quanto de fitas analógicas), até questões envolvendo políticas de armazenamento digital em massa, tanto para as instituições de grande porte quanto para as menores. Entre os acréscimos da segunda edição estão um capítulo inteiramente dedicado a metadados e outro abordando técnicas de gravação digital (para os chamados arquivos “natos digitais”).

 

 

Resultado de um projeto de cooperação entre a Universidade de Indiana e a Universidade de Harvard, o Sound Directions é uma publicação bastante abrangente, que vem servindo de guia para muitas instituições juntamente com o IASA-TC 04. Contendo capítulos abordando a preservação de modo geral (mais voltados para gestores de acervos) e outros capítulos mais técnicos (mais dedicados a profissionais de áudio), é uma publicação muito útil tanto para se planejar um trabalho de preservação de áudio quanto para colocá-lo em execução. Ainda que mencione alguns aspectos que antecedem a digitalização, além da digitalização propriamente dita, o Sound Directions se aprofunda mais nos detalhes que giram em torno das etapas pós-digitalização.

 

 

Alguns profissionais consideram essas duas publicações um tanto complexas, contendo, inclusive, soluções eventualmente custosas de serem implementadas. É uma crítica que não pode ser ignorada, já que ambos os textos nem sempre são amigáveis, com trechos tecnicamente densos e algumas vezes parecendo se voltar para uma realidade um pouco distante de muitas instituições.

No entanto, o mais importante é extrair o máximo dessas orientações e tentar adaptá-las da melhor maneira possível para nosso cenário específico. No campo da preservação, é fundamental tentar se pautar por normas estabelecidas e seguir práticas consolidadas por associações de profissionais e instituições de referência — ainda que sem perder o senso crítico.

O IASA-TC 04 está disponível em inglês, espanhol, italiano e catalão. Já o Sound Directions está disponível apenas em inglês.